Em uma saga marcada por desespero e desolação, os habitantes de Laranjeiras do Sul enfrentam um verdadeiro campo minado ao tentarem simplesmente solicitar uma consulta médica. O que deveria ser uma atividade simples e acessível transforma-se em uma batalha épica, repleta de obstáculos intransponíveis.
O martírio começa nas primeiras horas da madrugada, quando os cidadãos são forçados a se levantar antes mesmo do sol nascer, na esperança de garantir um lugar na fila diante do posto de saúde local. A cruel realidade é que, mesmo com esse sacrifício, muitos são obrigados a retornar para seus lares sem sequer terem sido atendidos. Doentes e desamparados, são forçados a suportar seus males, sem qualquer auxílio médico.
Para os mais desafortunados que conseguem alcançar uma consulta, a provação está longe de terminar. Os exames médicos, essenciais para um diagnóstico preciso e um tratamento adequado, são adiados indefinidamente. Meses se transformam em anos, enquanto os pacientes aguardam ansiosamente por resultados que nunca chegam.
E se a falta de acesso a serviços de saúde não fosse suficiente, a situação nas farmácias dos postos de saúde é igualmente desesperadora. A esperança de encontrar qualquer medicamento além da dipirona é uma ilusão distante. Os pacientes são confrontados com prateleiras vazias e a certeza de que suas necessidades básicas de saúde estão sendo negligenciadas.
Enquanto isso, o "hospital de plantão", longe de ser um porto seguro, é um último recurso desesperado para aqueles à beira da morte. Mesmo em situações de urgência, a atenção é escassa, e os pacientes são reencaminhados para o mesmo labirinto de obstáculos que enfrentaram anteriormente.
Em meio a esse caos, a população de Laranjeiras do Sul sofre em silêncio, sem voz para clamar por uma mudança. Enquanto isso, os responsáveis pela saúde pública fecham os olhos para a angústia do povo, transformando a busca por assistência médica em uma odisséia de desespero e desamparo.