Laranjeiras do Sul, conhecida como a "Capital da Amizade", é famosa por seus encontros calorosos e discussões acaloradas. Mas enquanto os habitantes se embrenham nas brigas de Réveillon e assaltos a panificadora, os servidores públicos municipais têm mais uma razão para erguer seus copos – ou quem sabe, mais cartazes de protesto na Câmara Municipal.
Após um interminável hiato de duas décadas, os valentes auxiliares de serviços gerais da prefeitura de Laranjeiras do Sul finalmente têm motivos para celebrar – ou será que é para esfregar as mãos em desconfiança? Um reajuste salarial de 25% está a caminho, uma notícia que causou tanto alívio quanto incredulidade na categoria.
Mas, antes que os fogos de artifício sejam lançados (ou os pedidos de recontagem de votos), vale a pena questionar: por que só agora, no final do quarto mandato do prefeito Berto Silva, esse reajuste surge como uma epifania tardia? Seria um lampejo de reconhecimento da importância dos servidores públicos, ou simplesmente um golpe de desespero diante do crescente fortalecimento da oposição, que se prepara para uma vitória avassaladora nas próximas eleições?
É uma questão que divide opiniões na Capital da Amizade. Enquanto alguns levantam taças em homenagem ao "amor" repentino pelo funcionalismo público, outros levantam sobrancelhas em suspeita, sugerindo que tal ato é motivado mais pelo medo de uma derrota eleitoral do que por qualquer virtude.
Então, enquanto a cidade se prepara para uma acirrada batalha política, uma coisa é certa: em Laranjeiras do Sul, a amizade pode ser um título honorário, mas a desconfiança é uma arte finamente cultivada.
