Laranjeiras do Sul 02 de Dezembro de 2024.
Quando se evoca a ideia de democracia, os adeptos da retórica política de esquerda frequentemente se autointitulam paladinos da liberdade e da justiça.
No entanto, ao observar com mais acuidade a postura de alguns membros desse espectro político, não posso deixar de me alarmar.
Denominar de “vagabundos” os indivíduos detidos em 8 de janeiro revela, sem sombra de dúvida, uma manifesta carência de humanidade. Cumpre lembrar que entre os aprisionados encontra-se, inclusive, um autista juridicamente incapaz, além de idosos que, por mera expressão de indignação diante dos rumos políticos da nação, se viram encarcerados.
Muitos desses detidos sequer foram formalmente denunciados, sendo privados de sua liberdade sem o devido processo legal.
Quanto ao inquérito relativo ao suposto plano de assassinar o presidente Lula, cabe ressaltar que o direito ao contraditório e à ampla defesa foi, de maneira flagrante, negligenciado.
As alegadas "provas", obtidas pela Polícia Federal a partir de prints supostamente deletados e “recuperados”, não teriam qualquer relevância em um tribunal sério deste país, pois carecem de qualquer fundamentação legal sólida.
Ademais, o fato de os responsáveis pelas investigações – autoridades policiais, procuradores e juízes – terem sido indicados por aqueles que se colocam como vítimas, ou seja, pelos inimigos políticos dos acusados, torna evidente que o que se opera não é justiça, mas sim um processo de justiçamento, reminiscentes das práticas de regimes autoritários.
Postagens como esta expõem, de forma flagrante, até onde pode chegar o fanatismo político, o qual, ao cegar os indivíduos para seus próprios equívocos, propaga um discurso de demonização daqueles que ousam pensar de maneira divergente.