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Reinhard Maack: O Cientista Visionário e seus Alertas Ambientais no Paraná


 Laranjeiras do Sul, 14 de Fevereiro de 2024.

Nos anos 1950, o engenheiro alemão Reinhard Maack, com uma vasta experiência sobre o Paraná, fez um alerta crucial sobre as consequências do desmatamento nas regiões do interior do estado. Ele avisou que os processos de colonização, impulsionados pela abertura de estradas com grandes derrubadas e queimadas, estariam modificando o ciclo hídrico e provocando a erosão do solo. No entanto, suas advertências não surgiram de forma repentina, mas sim desde a década de 1930, quando a formação de cidades como Cascavel e o desbravamento de terras eram vistos como símbolos de progresso.

Nascido em 2 de outubro de 1892, na cidade de Herford, Alemanha, Maack iniciou sua trajetória científica em terras africanas, na Namíbia, onde trabalhou com a criação de fazendas agrícolas. Durante a Primeira Guerra Mundial, foi preso pelos britânicos, mas conseguiu escapar e, em 1918, fez uma descoberta arqueológica importante: o grupo de pinturas rupestres conhecido como "The White Lady". Esse feito, registrado em uma gruta denominada "Abrigo Maack", o lançou no cenário científico internacional.

Maack chegou ao Brasil na década de 1920 a trabalho de uma mineradora e logo se apaixonou pelas riquezas geológicas do Paraná. Suas pesquisas foram fundamentais para a compreensão do território e ele se dedicou ao estudo das rochas e à defesa da Teoria da Deriva Continental, do meteorologista Alfred Wegener. No Paraná, ele encontrou evidências que reforçavam a teoria, ligando o estado a antigas terras de Gondwana, o supercontinente ancestral.

Em 1926, Maack foi contratado para mapear a zona diamantífera do Rio Tibagi, o que o levou a realizar uma expedição na região. No entanto, a jornada também foi marcada por desafios: seu equipamento foi saqueado por salteadores ligados à Revolução Paulista, e ele ainda foi preso durante uma viagem de trem para Porto União. No entanto, foi libertado graças à intervenção de um amigo.

Com o retorno ao Brasil, em 1933, Maack contribuiu significativamente para o avanço do conhecimento sobre o Paraná, corrigindo imprecisões cartográficas e realizando estudos meteorológicos essenciais para as expedições na região. Seu trabalho o levou a explorar o extremo-Oeste do estado, onde teve contato com os índios Xetás, um dos últimos grupos indígenas a aceitar a presença de colonizadores. Ele descreveu a rica fauna da região, destacando a convivência pacífica entre os animais e a expedição.

Durante a década de 1940, Maack viveu o auge e as dificuldades de sua carreira. Após ser preso durante a Segunda Guerra Mundial, ele foi reabilitado em 1943, quando passou a atuar como geólogo do Museu Paranaense. Maack também foi reconhecido por seu trabalho no Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Paraná e, em 1946, obteve o doutorado pela Universidade de Bonn.

Hoje, o legado de Reinhard Maack permanece vivo, especialmente na cidade de Curitiba, onde o Bosque e a Rua Reinhard Maack homenageiam o cientista. Sua visão sobre o meio ambiente, suas advertências sobre o impacto do desmatamento e sua pesquisa pioneira sobre a geologia paranaense são parte fundamental da história científica do estado. Em 2011, em uma homenagem à sua memória, um pico foi batizado como "Agulha Reinhard Maack" pelos alpinistas Andrey Romaniuk e Alessandro Haiduke.

Maack, além de ser considerado um dos precursores dos ecologistas no Brasil, deixou uma marca importante na ciência. Embora seus alertas ambientais de décadas passadas não tenham sido seguidos à risca, seu nome continua a ser reverenciado tanto no Brasil quanto na Alemanha, onde uma exposição permanente sobre sua vida e obra foi estabelecida em sua cidade natal.

Fonte: Alceu Sperança - Jornal Preto No Branco

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