Laranjeiras do Sul, 18 de Março de 2025.
Uma planta verdejante, resistente e que armazena grande quantidade de água. Assim, Edson Schiavoni, pequeno agricultor de Nova Esperança, descreve o capiaçu cultivado em sua propriedade, revitalizada pelo uso do lodo de esgoto fornecido pela Sanepar. O programa, que alia sustentabilidade e economia, tem transformado a realidade de agricultores no Noroeste do Paraná.
Há dois anos, Schiavoni aderiu ao programa de Uso Agrícola do Lodo de Esgoto. Desde então, eliminou o uso de adubos convencionais e reduziu pela metade os insumos para alimentação do gado. O resultado? Uma economia mensal superior a R$ 1 mil, além de um aumento de mais de 50% na produção de leite. “A área de capineiro permanece a mesma, mas agora supre todo o rebanho, que cresceu em 33 bezerras sem a necessidade de adquirir mais alimentos”, comemora o agricultor.
Resultados Que Inspiram
O sucesso do programa não se limita ao capiaçu. Carlos Henrique de Paula, de Paranavaí, relata benefícios semelhantes no cultivo de capineira para gado de corte. “Dobramos a produção de massa e melhoramos a qualidade das plantas, economizando cerca de R$ 10 mil por ano”, afirma o médico aposentado, que agora é um defensor ativo da iniciativa. Para ele, programas como este são essenciais para a sobrevivência do pequeno produtor.
Expansão para Outras Culturas
A região Noroeste, conhecida pela produção e exportação de suco de laranja, também aproveita os benefícios do lodo. Edvaldo Correia de Oliveira, produtor em Flórida, utiliza o insumo há cerca de 10 anos e destaca o impacto positivo no solo e nas laranjeiras. “O lodo aumenta a porosidade do solo, melhora a absorção de água e libera nutrientes essenciais, como cálcio”, explica. Segundo ele, a economia com calcário chega a três toneladas por alqueire ao ano.
Altair Jorge, agricultor com propriedades em Flórida e Santa Fé, recentemente iniciou o uso do lodo. Ele percebeu rapidamente os benefícios, comparando suas plantas com as de vizinhos que já utilizam o produto há mais tempo. “A coloração e o tamanho das plantas mostram a diferença. Estamos animados para ver os resultados nas próximas análises de solo”, diz Altair, que conta com o apoio do filho, estudante de agronomia.
Sustentabilidade e Monitoramento
A Sanepar, por meio de suas 40 Unidades de Gerenciamento de Lodo (UGLs), distribuiu mais de 32 mil toneladas de lodo em 2024, beneficiando 132 agricultores em 59 municípios do Paraná. O material, rico em matéria orgânica e nutrientes como nitrogênio, fósforo e cálcio, é aplicado em diversas culturas, como milho, soja, café e cana-de-açúcar. No entanto, o uso é proibido em pastagens, hortas e culturas comestíveis que têm contato direto com o solo.
Todo o processo é rigorosamente monitorado para garantir a segurança e a eficácia. “Os agricultores cadastrados recebem o lodo gratuitamente, com transporte incluso e acompanhamento técnico para aplicação”, explica Marco Aurélio Knopik, agrônomo responsável pelo programa no Noroeste.
Futuro Promissor
Para produtores como Schiavoni e Carlos Henrique, o uso do lodo não é apenas uma alternativa sustentável, mas um modelo que alia economia e eficiência. “Precisamos valorizar iniciativas como esta, que priorizam o pequeno agricultor e contribuem para a sustentabilidade”, reforça Carlos Henrique.
Interessados em participar do programa podem acessar mais informações no site da Sanepar, na aba Sustentabilidade. Além de dados detalhados, o portal oferece pré-cadastro e suporte técnico, permitindo que mais agricultores aproveitem os benefícios do lodo de esgoto, um verdadeiro aliado do campo paranaense.
Fonte: Cantu em Foco
