Laranjeiras do Sul, 24 de Abril de 2025
A pequena cidade de Santa Maria do Oeste, com pouco mais de 13 mil habitantes, no interior do Paraná, encontra-se no centro de uma polêmica que agita seus moradores. O motivo? Um número expressivo de 53 funcionários comissionados na prefeitura municipal. Para a população, o montante de cargos de confiança parece desproporcional à realidade do município, levantando questionamentos sobre a priorização dos gastos públicos.
Enquanto a folha de pagamento da prefeitura inchada comissionados chama a atenção, os munícipes apontam para carências significativas em áreas essenciais. A saúde, a educação e a assistência social são frequentemente citadas como setores que clamam por mais investimentos e atenção. Problemas de infraestrutura urbana e rural também são queixas recorrentes, com estradas precárias e falta de saneamento básico em algumas regiões.
A insatisfação popular ecoa em comentários e rodas de conversa, onde a metáfora "muito chefe e pouco índio" ganha força. A expressão ilustra a percepção de que a estrutura administrativa municipal estaria sobrecarregada de cargos de liderança, em detrimento de profissionais que atuam diretamente nas necessidades da população.
"É um absurdo tanto cargo comissionado para uma cidade pequena como a nossa", desabafa uma moradora que preferiu não se identificar. "Enquanto isso, a gente sofre com falta de médico, com escolas precisando de reformas e com estradas rurais que dificultam o transporte de tudo".
Outro munícipe questiona a necessidade de tantos cargos de confiança: "O que tanta gente faz? A cidade não parece ter tantos projetos ou uma demanda administrativa que justifique tudo isso. Parece que é mais para acomodar aliados políticos do que para o bem da população".
A divulgação do número de comissionados reacende o debate sobre a eficiência da gestão pública e a aplicação dos recursos arrecadados dos contribuintes. Em um cenário de dificuldades financeiras enfrentadas por muitos municípios, a priorização dos gastos se torna um ponto crucial para garantir o bem-estar da coletividade.
Até o momento, a prefeitura de Santa Maria do Oeste não se manifestou publicamente sobre as críticas e o número de funcionários comissionados. No entanto, a pressão popular tende a aumentar, com a expectativa de que a administração municipal apresente justificativas claras para a estrutura de cargos e demonstre um compromisso com a melhoria dos serviços essenciais para a população.
Resta saber se a gestão municipal ouvirá o clamor dos cidadãos e se haverá uma reavaliação da estrutura administrativa, priorizando investimentos nas áreas onde as carências são mais evidentes. O debate está aberto e a população de Santa Maria do Oeste aguarda respostas e, principalmente, ações concretas.