A COP30, evento climático global agendado para Belém em 2025, está no centro de uma polêmica. A 1ª vice-líder da minoria na Câmara, Carol De Toni (PL-SC), formalizou uma denúncia ao Tribunal de Contas da União (TCU), alegando a existência de um esquema de superfaturamento e monopólio envolvendo a organização do evento. A representação, que busca uma investigação aprofundada, conta com o apoio dos vice-líderes Carlos Jordy (PL-RJ), Chris Tonietto (PL-RJ) e Luiz Phillippe de Orleans e Bragança (PL-SP).
No cerne da acusação está a alegação de que a Organização de Estados Ibero-Americanos (OEI) e o Consórcio Pronto-RG, responsável pela chamada *Green Zone*, estariam sendo indevidamente favorecidos por contratos que restringem a concorrência. Além disso, a denúncia aponta que os valores cobrados seriam considerados “extorsivos”, levantando sérias questões sobre a transparência e a lisura do processo. A oposição questiona a legitimidade dos preços praticados pela Pronto-RG, empresa que detém exclusividade na comercialização de espaços e serviços dentro do evento.
A denúncia detalha exemplos de discrepâncias alarmantes entre os preços de mercado e os valores praticados pela Pronto-RG na COP30, configurando uma suposta “venda casada”. Uma cadeira comum, por exemplo, saltaria de R$ 110 para R$ 1.200. Similarmente, um frigobar passaria de R$ 929 para R$ 2.592 em apenas 12 dias, enquanto uma impressora seria cotada a R$ 6.021, um aumento significativo em relação ao preço de mercado de R$ 799.
Carol De Toni não poupou críticas à situação, afirmando que “a COP30, que se apresenta como símbolo mundial da sustentabilidade, virou um palco de negociatas”. A parlamentar questiona a coerência entre o discurso de sustentabilidade e as práticas comerciais observadas. “Primeiro desmataram para erguer estruturas, depois hotéis com preços abusivos, o esvaziamento do evento. Agora, cadeiras e água a preço de luxo. A conferência climática se tornou um balcão de negócios verdes”, completou.
A minoria também levanta suspeitas sobre um possível conluio entre as empresas responsáveis pelas zonas *Blue* e *Green* do evento. Ambas teriam vencido as licitações com descontos idênticos de 50%, o máximo permitido pelo edital, o que levanta questionamentos sobre a independência dos processos. Adicionalmente, a solidez financeira da Pronto-RG é posta em xeque, com alegações de que apenas uma fração do capital social declarado estaria efetivamente disponível.
A representação ao TCU também destaca os valores orçados para a participação do Supremo Tribunal Federal (STF) na COP30. Segundo o documento, a Pronto-RG apresentou um orçamento de US$ 397.249,66 (R$ 2,1 milhões) para a montagem de um estande, sendo que US$ 337.500 (R$ 1,7 milhão) seriam destinados apenas à locação do espaço e à cenografia. Diante deste cenário, a minoria solicita ao TCU a suspensão imediata da exclusividade da Pronto-RG, a divulgação integral dos contratos, uma auditoria técnica dos preços praticados e a apuração das responsabilidades de todos os envolvidos.
Fonte: http://revistaoeste.com