Restrições dos EUA Impedem Presença de Padilha na Assembleia da ONU, Ministro Cancela Viagem

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou o cancelamento de sua participação na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York. A decisão foi motivada por restrições impostas pelos Estados Unidos, que também se estendem à sua esposa e filha. O governo americano já havia revogado o visto do ministro e de seus familiares em agosto.

As sanções impostas a Padilha são resultado de sua participação na criação do programa Mais Médicos, durante o governo Dilma Rousseff. Washington considera o programa um mecanismo de exportação de mão de obra controlada por Cuba, o que gerou atritos diplomáticos e culminou nas restrições atuais.

Apesar de pressões diplomáticas, o Brasil obteve uma permissão temporária para a entrada de Padilha nos EUA, porém, com severas limitações. O ministro só poderia circular em um raio de cinco quarteirões do hotel, além dos trajetos para a sede da ONU e a residência do representante brasileiro.

Em entrevista à GloboNews, Padilha lamentou a inviabilidade de sua participação sob as condições impostas. “As restrições inviabilizam a presença do ministro da Saúde do Brasil para as atividades que ele precisa fazer parte”, afirmou, citando a impossibilidade de comparecer à Assembleia Geral da Opas em Washington.

Padilha também destacou que as limitações o impediriam de participar de reuniões com ministros da Saúde de outros países, como os do Brics, G20 e Mercosul. Além disso, compromissos com hospitais, laboratórios e instituições de pesquisa americanas seriam afetados. Segundo ele, “na prática, impede a participação ativa do Ministro da Saúde do Brasil em atividades para as quais somos convidados”.

Após anunciar sua desistência, Padilha enviou uma carta aos ministros da Saúde dos países membros da Opas. No documento, ele reforçou que as restrições “impedem a plena participação do Brasil em órgãos das Nações Unidas sediados nos Estados Unidos”. O ministro lamentou que o Brasil planejava anunciar novas contribuições ao Fundo Rotatório e ao Fundo Estratégico da Opas, que visam a compra de vacinas e medicamentos oncológicos para a América.

Na carta, Padilha classificou a medida norte-americana como “decisão arbitrária e autoritária, que afronta o direito internacional e prejudica a cooperação harmônica entre países soberanos”. Ele também alertou que a restrição compromete negociações em andamento com instituições internacionais de saúde, afetando a imagem da diplomacia brasileira. “O efeito imediato das restrições que me foram impostas é impedir a plena participação do Brasil em órgãos das Nações Unidas sediados nos Estados Unidos”, concluiu.

Fonte: http://revistaoeste.com

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