O governo federal intensifica a pressão sobre os hotéis de Belém, visando a COP30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, anunciou que o governo acionará a Justiça contra a prática de preços considerados abusivos para o período da conferência, agendada para novembro.
A medida surge em resposta à crescente preocupação com a escalada das tarifas de hospedagem na capital paraense. Desde o início do ano, a alta dos preços tem gerado grande repercussão, inclusive com desdobramentos em relações diplomáticas, conforme relatam as autoridades.
Rui Costa enfatizou a disparidade dos valores cobrados, argumentando que “há, de fato, empreendimentos comerciais que estão exagerando em demasia nos valores e nos preços, valores esses que não correspondem nem mesmo a preços internacionais em cidades muito caras no mundo”. O ministro classificou os preços como “completamente fora de qualquer padrão de razoabilidade”.
O governo busca, através da ação judicial, dissuadir os empresários da prática de preços abusivos, buscando demonstrar que a COP30 representa um legado a longo prazo para a cidade. “É como se fosse um cartão de visita que estamos entregando ao mundo”, afirmou Costa, ressaltando a importância de uma imagem positiva de Belém.
Reuniões com a Advocacia-Geral da União (AGU) já foram realizadas para tratar do tema, e um novo encontro está agendado para discutir as estratégias legais a serem adotadas. A expectativa é que a ação contribua para garantir preços justos e acessíveis durante a conferência.
Durante visita a Belém, o governo inspecionou obras e empreendimentos relacionados à COP30. A vice-governadora do Pará, Hana Ghassan (MDB), informou que a conferência já conta com a inscrição de representantes de quase 200 países e 49 mil pedidos de credenciamento.
Um estudo da Defensoria Pública do Pará revelou que os preços de hotéis para a COP30 chegam a ser 20 vezes maiores do que durante o Círio de Nazaré, tradicional evento religioso local. Em resposta, a Defensoria já moveu uma ação civil pública contra as plataformas de hospedagem no dia 11 de maio.
Fonte: http://revistaoeste.com