Um estudo abrangente revelou disparidades significativas na infraestrutura das escolas brasileiras, com a Região Sul apresentando indicadores acima da média nacional, embora ainda aquém do ideal em diversos aspectos. O “Anuário Brasileiro da Educação Básica 2025”, divulgado pela organização Todos Pela Educação em colaboração com a Fundação Santillana e Editora Moderna, analisou a disponibilidade de serviços essenciais e equipamentos de aprendizado nas escolas de todo o país.
A pesquisa detalha a situação de itens cruciais como acesso à água potável, energia elétrica, coleta de lixo, rede de esgoto, banheiros e cozinhas, além de equipamentos destinados a aprimorar o processo de ensino-aprendizagem. Os dados revelam um cenário complexo, onde avanços importantes coexistem com desafios estruturais que impactam diretamente a qualidade da educação oferecida aos alunos.
Na Região Sul, embora a coleta de lixo atenda a quase todas as unidades escolares (97,2%), a rede pública de esgoto alcança 56,9%, superando o Norte e Nordeste, mas ficando atrás do Sudeste (84,7%). “Apesar dos avanços, a Região Sul ainda precisa melhorar em esgoto, conectividade e equipamentos para aprendizagem, garantindo condições adequadas para que os alunos possam aprender de forma plena e com qualidade”, destacou Manoela Miranda, gerente de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação.
O estudo também analisou a disponibilidade de equipamentos voltados ao ensino. Bibliotecas e salas de leitura são mais comuns nas escolas de ensino médio (86,5%) e anos finais do fundamental (69,2%), mas menos presentes nos anos iniciais (47,2%). Laboratórios de informática também mostram variação, estando presentes em 46,8% das escolas de anos finais e 73% no ensino médio, enquanto laboratórios de ciências aparecem em 46,9% das unidades do ensino médio.
A conectividade também se revela um desafio. Apesar de 95,4% das escolas públicas brasileiras terem acesso à internet, apenas 44,5% estão conectadas de forma adequada para uso pedagógico. No Sul, os índices são melhores, mas ainda insuficientes para garantir o pleno uso das tecnologias em sala de aula, limitando o potencial de aprendizado dos alunos.
Os dados sobre desempenho também preocupam. Apenas uma pequena parcela dos alunos atinge o desempenho adequado em matemática e língua portuguesa. Os números mostram que apenas 4,5% dos alunos da 3ª série do ensino médio público atingem desempenho adequado, já entre os estudantes do 9º ano do fundamental, o percentual sobe para 13,3%, e entre os alunos do 5º ano, chega a 37,2%.
O anuário serve como base para a elaboração do Plano Nacional de Educação e de estratégias voltadas para uma educação equilibrada e eficiente. O estudo prioriza as regiões que ainda enfrentam desafios estruturais, mesmo com desempenho superior ao restante do país, buscando garantir que todos os estudantes tenham acesso a uma educação de qualidade.
Fonte: http://massa.com.br