Um erro estratégico no planejamento do Programa Nacional de Rastreabilidade de Agrotóxicos (PNRA) pode comprometer seriamente sua implementação. A restrição imposta à tecnologia RFID (Radio-Frequency Identification), segundo especialistas, eleva os custos e coloca em xeque a viabilidade do programa.
A crítica central reside na limitação tecnológica. Ao focar exclusivamente no RFID, o governo parece ignorar outras soluções potencialmente mais acessíveis e eficientes para a rastreabilidade. Essa escolha, vista como uma “falha conceitual”, pode desestimular a adesão dos produtores, especialmente os de menor porte.
O especialista ouvido pela reportagem argumenta que a diversificação tecnológica seria crucial para garantir a abrangência do programa. “É preciso considerar a realidade do campo brasileiro, com diferentes tamanhos de propriedades e níveis de investimento”, afirma. A imposição de uma única tecnologia ignora essa diversidade.
A inviabilidade do PNRA traria sérias consequências para a segurança alimentar e a imagem do agronegócio brasileiro. A rastreabilidade é fundamental para monitorar o uso de agrotóxicos, garantir a qualidade dos alimentos e fortalecer a confiança dos consumidores.
Diante do cenário, a revisão da estratégia governamental é urgente. A abertura para outras tecnologias de rastreamento, além do RFID, é vista como um caminho para salvar o programa e garantir seus objetivos de segurança e transparência na produção agrícola.
Fonte: http://www.comprerural.com