Um jovem de 20 anos, identificado como Davi Emanuel, faleceu após ser atropelado por uma viatura da Guarda Municipal de Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba. O acidente ocorreu quando a viatura cruzou uma via preferencial. Davi ficou internado por sete dias, mas não resistiu aos graves ferimentos.
O incidente levanta questionamentos sobre as circunstâncias da ocorrência. No momento do atropelamento, a viatura transportava três mulheres, uma delas grávida, e era conduzida pelo guarda municipal Cassiano Voudan. Segundo o agente, eles estavam levando as mulheres para casa após o encerramento de uma ocorrência.
Voudan relatou que, no trajeto, avistaram um motociclista realizando manobras perigosas. “Constatou-se uma moto empinando, que vinha no sentido contrário da viatura, quase colidindo conosco. Liguei a sirene, mas o condutor não parou. Fiz o retorno para acompanhar. Olhei para os lados e não vi ninguém, mas quando fui atravessar a via, uma motocicleta surgiu em alta velocidade e colidiu com o lado direito da viatura”, declarou o guarda.
Contudo, a versão da família da vítima é diferente. De acordo com os familiares, Davi havia saído para comprar carne no mercado a pedido da mãe, pouco antes de iniciar seu turno em uma pizzaria. “Minha mãe percebeu que ele demorava e tentou ligar. Um dos guardas atendeu o celular e disse que meu irmão tinha sofrido um acidente e estava sendo levado de helicóptero para o Hospital do Trabalhador”, relatou a irmã de Davi.
A morte de Davi gerou comoção e protestos na cidade. Familiares e amigos realizaram manifestações exigindo justiça e a responsabilização do agente envolvido. “O Davi era minha vida. Ele era trabalhador, carinhoso. Dinheiro nenhum compra a vida do meu irmão. A gente só quer que a justiça seja feita e que esse cara seja preso. Agora não tem mais o que fazer, ele não vai voltar”, desabafou a irmã da vítima.
Diante da repercussão do caso, a Secretaria da Guarda Municipal de Quatro Barras informou que está apurando internamente o ocorrido. O secretário da corporação, Cariovaldo Ferreira, enfatizou que a conduta de perseguição não está de acordo com o protocolo da instituição, já que não é permitido iniciar perseguições com civis no carro. O guarda Cassiano Voudan foi afastado de suas funções e sua arma foi recolhida. A Polícia Civil de Quatro Barras conduz a investigação para apurar as responsabilidades pelo trágico acidente.
Fonte: http://ric.com.br
