Uma pegada ensanguentada na cena de um crime no interior do Paraná se tornou a chave para identificar um suspeito em um caso de feminicídio. A marca, impressa com o sangue da vítima, revelava detalhes precisos da sola de uma bota, demonstrando como a minúcia pode ser crucial na reconstrução de eventos criminosos.
O caso, ocorrido em agosto, ressalta a importância da perícia criminal na análise de vestígios. Manchas de sangue, impressões de calçados e outras marcas são minuciosamente examinadas para estabelecer conexões entre suspeitos e os locais investigados. No caso da pegada, a marca permitiu identificar o modelo do calçado e relacioná-lo diretamente ao suspeito.
“Os fatos teriam ocorrido na noite anterior, então quando a equipe chegou ao local, o sangue que sustentava a impressão do solado já estava seco. A marca da bota estava bem visível e a impressão ainda apresentava outros detalhes, como sulcos. Com a análise, vimos que as características correspondiam à bota que o suspeito usava, considerando orientação, dimensão e outros elementos”, explica o perito oficial da Polícia Científica do Paraná (PCIPR), Jeronimo de Alencar Nogueira.
A perícia, para transformar uma pegada em prova, analisa diversos fatores, como forma, profundidade, orientação, dimensão e detalhes da sola. A comparação com catálogos de modelos da marca confirma a compatibilidade. Todo o contexto é considerado, juntamente com laudos necroscópicos, exames laboratoriais, imagens, depoimentos e demais elementos da investigação.
Este caso ilustra um dos princípios fundamentais da criminalística: todo contato deixa uma marca. “O reconhecimento desse vínculo serve como um elemento fundamental para demonstrar a ocorrência do crime e apontar sua autoria”, complementa o perito. Ao final do inquérito, o suspeito foi denunciado pelo Ministério Público por feminicídio e permanece sob custódia da Polícia Penal do Paraná (PPPR).
Fonte: http://massa.com.br
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