O depoimento de Eduardo Tagliaferro na Câmara dos Deputados reacende o debate sobre a atuação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Desta vez, na Subcomissão Especial sobre o Combate à Censura, o ex-assessor expôs o que classifica como um regime de exceção no Brasil, gerando novas controvérsias sobre a lisura do processo eleitoral.
Tagliaferro acusou Alexandre de Moraes de transformar o TSE em um “bunker ideológico”. Segundo o depoente, o monitoramento sistemático de cidadãos por posicionamento político-partidário e a intimidação de servidores eram práticas comuns, transformando o Estado de Direito em um Estado de Polícia, disfarçado sob a toga.
A denúncia levanta sérias questões sobre a legitimidade das eleições de 2022. Para Carl Schmitt, “soberano é quem decide sobre o estado de exceção”. A acusação de Tagliaferro sugere que o TSE, ao atuar de forma parcial, teria inclinado a balança do debate público, comprometendo a igualdade de condições exigida em uma democracia.
A manipulação do processo eleitoral, segundo a denúncia, teria sido simbolizada por declarações de autoridades eleitorais que, em vez de isentas, demonstrariam clara parcialidade. Frases como “derrotamos o bolsonarismo”, “perdeu, mané” e “missão dada é missão cumprida” colocam em xeque a imparcialidade da Justiça Eleitoral, essencial para a validade do resultado.
As acusações de Tagliaferro ecoam uma percepção generalizada sobre a politização do Judiciário. Se o tribunal eleitoral atuou para perseguir e silenciar um dos lados do debate público às vésperas do pleito, a própria legitimidade do resultado de 2022 está sob suspeita. Resta agora acompanhar os desdobramentos e as investigações a respeito das denúncias apresentadas.
Fonte: http://revistaoeste.com