Sob o sol escaldante de Miami, em pleno verão de 1996, um encontro aparentemente banal se transformou em um capítulo singular na história do futebol. Brasil e Japão se enfrentavam na fase de grupos dos Jogos Olímpicos de Atlanta, uma partida que prometia ser apenas mais um degrau para a seleção brasileira. No entanto, o destino reservava uma surpresa que ecoaria por anos: a única vitória japonesa sobre o Brasil.
O cenário era o Orange Bowl, vibrante com as cores verde e amarela. A presença massiva da comunidade brasileira local criava um clima de Copa do Mundo. O autor, testemunha ocular daquele jogo, relembra a atmosfera festiva e a expectativa de um triunfo fácil, dada a superioridade técnica da seleção brasileira, que contava com nomes como Dida, Aldair, Rivaldo, Roberto Carlos e Bebeto, além do jovem Ronaldo Fenômeno no banco.
Apesar do favoritismo, a partida se revelou um desafio inesperado. A torcida japonesa, em menor número, mas fervorosa, impulsionava sua equipe com gritos de “Nippon! Nippon!”. “Debaixo de um calor de 30ºC, nos deixamos levar pelo clima cordial e respeitoso dos japoneses e japonesas, como de praxe”, recorda o autor, descrevendo a atmosfera de camaradagem que antecedeu o choque em campo.
O impensável aconteceu no segundo tempo: Teruyoshi Ito marcou para o Japão, silenciando a torcida brasileira e dando início a uma celebração efusiva entre os japoneses. A reação brasileira, mesmo com a entrada de Ronaldo, não surtiu efeito. O placar persistiu em 1 a 0, selando a derrota e marcando um feito histórico para o futebol japonês.
Mais do que um simples jogo, aquela partida se revelou um prenúncio de reviravoltas futuras. A eliminação do Brasil na semifinal contra a Nigéria nas mesmas Olimpíadas e o trauma da Copa de 1998 contrastam com a redenção em 2002, justamente em solo japonês. O autor conclui refletindo sobre o poder do futebol em criar narrativas inesperadas e unir culturas, como a sua própria experiência demonstra.
Fonte: http://esporte.ig.com.br