O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, articula um acordo de última hora com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, para evitar um corte de R$ 7,5 bilhões nas emendas parlamentares. A medida se tornou necessária após a Medida Provisória (MP) que visava aumentar a arrecadação em R$ 17 bilhões perder a validade no Congresso Nacional. A Comissão Mista de Orçamento (CMO) deve votar nesta quarta-feira (15) o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2026.
A votação, inicialmente agendada para o dia anterior, foi adiada a pedido do próprio ministro Haddad, sinalizando a urgência da situação. A reunião com Alcolumbre tem como objetivo aparar arestas e buscar uma solução que minimize o impacto nos recursos destinados aos parlamentares. A derrota da MP representou um duro golpe para a equipe econômica, que agora busca alternativas para recompor o caixa.
Diante do cenário, Haddad indicou a possibilidade de cortes nas emendas parlamentares, verbas que deputados e senadores direcionam para obras e projetos em seus estados. Essa medida, no entanto, enfrenta forte resistência no Congresso, que já manifestou oposição a novas elevações na carga tributária. O presidente da CMO, senador Efraim Filho (União-PB), ressaltou a posição do legislativo: “É um desejo do Congresso, que representa a sociedade, dar um recado claro: não se aguenta mais a agenda de aumento de impostos para arrecadar, arrecadar e arrecadar”.
O Poder Executivo pode propor alterações no relatório final da LDO, elaborado pelo deputado Gervásio Maia (PSB-PB), para compensar a perda da receita. A LDO é um instrumento crucial, pois estabelece as diretrizes e metas para a elaboração do Orçamento do ano seguinte, definindo prioridades e orientando os gastos públicos. A discussão em torno da LDO ganha ainda mais relevância diante do impasse fiscal, que exige habilidade política e capacidade de negociação para garantir a governabilidade e o cumprimento das metas fiscais.
Fonte: http://vistapatria.com.br