O Ministério Público do Paraná (MP-PR) divulgou novas informações e imagens que demonstram o funcionamento de um suposto esquema de desvio de verbas públicas na Prefeitura de Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba. O caso envolve o prefeito Marco Marcondes (PSD) e mais cinco pessoas, denunciadas por crimes ligados à corrupção e à lavagem de dinheiro.
Segundo o órgão, a investigação aponta que o grupo teria firmado contratos sem licitação com a empresa AGP Saúde, que recebeu mais de R$ 10 milhões para prestar serviços como testagens domiciliares e aplicação de questionários voltados a levantamentos estatísticos. As contratações, conforme a denúncia, serviriam como fachada para o repasse irregular de valores a agentes públicos.
As provas reunidas incluem vídeos obtidos por câmeras de segurança do condomínio onde mora o prefeito e registros bancários obtidos mediante autorização judicial. As imagens mostram encontros entre os investigados, supostamente realizados para discutir a divisão dos valores desviados. Depósitos sem origem identificada e movimentações financeiras incompatíveis com a renda declarada reforçam a suspeita de ocultação de recursos.
De acordo com o MP, o mesmo modelo de contratação irregular pode ter sido reproduzido em outras cidades do Paraná e de Santa Catarina. A Promotoria elaborou uma linha do tempo com base em transferências feitas pela Prefeitura, reuniões registradas em vídeo e movimentações simultâneas entre contas de investigados e da empresa beneficiada.
A denúncia foi protocolada no Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), que decidirá se os acusados se tornarão réus. A investigação, iniciada há cerca de seis meses, resultou na prisão de cinco pessoas na última quinta-feira e estima que o valor total desviado possa chegar a R$ 30 milhões.
Além do MP-PR, a apuração conta com apoio da Polícia Civil e da Receita Estadual, que continuam rastreando possíveis ramificações do esquema em outros municípios.
O MP aponta que o esquema começou em Santa Catarina e foi replicado no Paraná, inicialmente na prefeitura de Contenda, sob coordenação de Abrilino Fernandes Gomes, e depois em outros municípios, incluindo Fazenda Rio Grande.
O Portal da Transparência de Fazenda Rio Grande registra três contratos firmados pela Secretaria Municipal de Saúde com a empresa AGP Saúde, dois assinados em 2024 e outro em 2025, somando R$ 5.723.375,00. Todos foram celebrados sem processo licitatório e possuem o mesmo objeto: a contratação de serviços de testagem domiciliar de doenças pré-existentes, com análises laboratoriais e levantamento estatístico para programas de prevenção em saúde pública.
De acordo com o Ministério Público do Paraná (MP-PR), há indícios de que esses contratos foram utilizados em um esquema de desvio de recursos, cujo prejuízo aos cofres municipais pode chegar a R$ 10 milhões. As investigações se estendem a pelo menos outros sete municípios do Paraná e de Santa Catarina, o que pode elevar o valor total das fraudes para mais de R$ 30 milhões.
A denúncia envolve o prefeito Marco Marcondes, o secretário da Fazenda Francisco Roberto Barbosa, o empresário Samuel Antônio da Silva Nunes, o auditor do Tribunal de Contas Alberto Martins de Faria, além de Ângela Maria Martins de Faria e o comentarista esportivo Fernando Gomes. Todos são apontados como integrantes do suposto esquema de corrupção que motivou a operação policial e as prisões realizadas na última semana.
Em nota, o advogado Rodrigo Ríos, representante do prefeito, afirmou que os fatos apresentados pelo MP serão devidamente esclarecidos durante o processo judicial e que a defesa demonstrará a inocência do gestor. Ele declarou ainda que o chefe do Executivo municipal sempre conduziu a administração com transparência, respeito à legislação e compromisso com o interesse público.
Até o momento, as defesas de Fernando Gomes, do secretário da Fazenda, do empresário e dos demais denunciados não se manifestaram oficialmente. O Ministério Público continua analisando documentos, relatórios bancários e registros fiscais obtidos durante as diligências para confirmar a extensão do esquema e identificar possíveis novos envolvidos.
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Fonte:Blog do Tupan