Em seu discurso de despedida da presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luís Roberto Barroso defendeu a atuação da Corte na preservação da democracia brasileira. A declaração foi feita durante a última sessão plenária sob sua condução, realizada nesta quinta-feira, 25. Barroso destacou que o STF cumpriu seu papel, mesmo diante do “custo pessoal” enfrentado por seus ministros.
Na próxima segunda-feira, 29, o ministro Edson Fachin assumirá a presidência do STF, com Alexandre de Moraes como vice-presidente. Barroso argumentou que, apesar do desgaste de decidir questões divisivas, o STF preservou o estado de direito e promoveu os direitos fundamentais. “Não houve desaparecidos, ninguém foi torturado, todos os meios de comunicação manifestaram-se livremente”, afirmou.
Barroso também mencionou o debate sobre o protagonismo do STF, explicando que ele surge da dificuldade do Congresso em legislar em uma sociedade polarizada. Ele reconheceu que esse modelo apresenta complexidades, mas enfatizou que foi o arranjo institucional que proporcionou 37 anos de democracia e estabilidade institucional ao país.
O ministro expressou gratidão aos colegas de Corte pelo apoio e parceria durante sua gestão. “Tenho muito orgulho de ter dividido com todos a aventura de ter defendido a democracia brasileira”, disse Barroso, visivelmente emocionado. Ele também reiterou a necessidade de um “novo recomeço” para o país, baseado na civilidade e no respeito às diferenças.
Um episódio notório durante o mandato de Barroso foi a suspensão de seu visto de entrada nos Estados Unidos pelo então presidente Donald Trump. A medida levou seu filho a permanecer no Brasil para evitar possíveis sanções, ilustrando o “custo pessoal” mencionado pelo ministro em seu discurso de despedida.
Fonte: http://revistaoeste.com