Preso nos Estados Unidos sob acusação de conspiração para o terrorismo, o ex-diretor de Contrainteligência Militar da Venezuela Hugo Armando El Pollo Carvajal enviou uma carta ao presidente Donald Trump na qual afirma ter participado, por duas décadas, de operações de narcotráfico, espionagem e manipulação eleitoral a serviço do governo de Nicolás Maduro. No documento, ele atribui tais ações a ordens diretas de Maduro, do ministro do Interior, Justiça e Paz da Venezuela, Diosdado Cabello, e da inteligência cubana.Carvajal, que foi general de divisão e um dos homens de maior confiança de Hugo Chávez, diz ter rompido com o regime em 2017 e sustenta que está disposto a colaborar com autoridades norte-americanas.
A carta foi enviada na última terça-feira (2/12), em meio a um movimento de ofensiva de Trump contra o regime de Nicolás Maduro.A íntegra a seguir foi compartilhada exclusivamente com o DX (The Dallas Express) pelo advogado de Hugo Carvajal, Robert Feitel — ex-procurador do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ) — e publicada originalmente em inglês com a observação: Below is the full text of the letter provided to The Dallas Express by attorney Robert Feitel — em tradução livre: A seguir, o texto completo da carta fornecida ao The Dallas Express pelo advogado Robert Feitel . Caro senhor presidente Trump e povo dos Estados Unidos:Meu nome é Hugo Carvajal Barrios.
Durante muitos anos fui um alto funcionário do regime venezuelano. Fui general de divisão de três sóis, da absoluta confiança tanto de Hugo Chávez como de Nicolás Maduro, e ocupei os cargos de diretor de Inteligência Militar e deputado da Assembleia Nacional.
Hoje me encontro preso em uma prisão estadunidense porque me declarei voluntariamente culpado dos delitos que me são imputados: conspiração de narcoterrorismo.Escrevo para expiar minhas culpas contando toda a verdade, para que os Estados Unidos possam se proteger dos perigos que eu mesmo presenciei durante tantos anos.

